terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

domingo, 25 de fevereiro de 2018

A História de Jorge e Teodora

No ano de setenta e um
Eu pensei em melhorar,
Vendi tudo o que eu tinha
E viajei para o Pará.
Foi um passo muito errado,
Só fui me naufragar.

Mas mesmo assim não desanimo
E nem devo me perturbar
Porque o ímã do homem
É aquilo que pensar.
O destino quem dá é Deus
Para a sorte melhorar

Mas ainda hoje eu penso
Para lá tornar voltar,
Depois eu peço a Deus
Para este pensamento afastar,
Porque eu, mulher e filhos
Não saíamos do hospital.

A febre naquela região
Era uma calamidade,
Só se via era o clamor
Em todo o povo da cidade.
Uns diziam: vou me embora
Para minha terra natal

Outros diziam; ó terra malvada
A que saí da minha terra,
Sem ter precisão de nada,
Para vir para esta terra
Tão sofrida e angustiada
E viver nesta miséria.

Isto que estou dizendo
É a mais pura verdade,
Falo e dou testemunho
Com toda a sinceridade,
Porque eu nunca menti,
Só digo sempre a verdade.

Parece uma novela
O que comigo se passou,
Ima vaca traiçoeira
Lá na manga me pegou
E me jogou para cima
E meu espinhaço deslocou.

A vaca era perigosa,
O chifre era um espantão,
Ela me suspendeu
E me jogou num buracão,
E ela ficou de fora
Turrando como um leão

O que comigo se passou
Naquela hora fatal
Foi um momento infeliz
Em que não pensava no mal,
Mas quando foi no outro dia,
Fui parar no hospital

A dor era tão grande,
Que eu estava sem sentido.
Minha esposa foi ao médico
E logo lhe fez um pedido:
Doutor, por caridade,
Atenda o meu marido:

Ele respondeu para ela,
Dizendo desta maneira,
Logo ele é consultado
E a senhora é a primeira.
Levou-me ao consultório
E deu pressa às enfermeiras

Ouvi o médico falar,
Este foi um infeliz,
Dizendo para a minha esposa,
Isto sou eu quem lhe diz:
Já dei nele um banho de luz
E passei no raio-x.

Ouvi também o médico dizer:
Este é um caboclo aprumado,
O que ele está sentindo
É um caso bem pesado,
Muito sangue na bexiga
E o espinhaço deslocado.

Fui para um quarto de primeira
E fui bem recomendado.
O médico era gente boa,
Viva sempre ao meu lado,
E dizia às enfermeiras:
Tratem com todo o cuidado.

Doutor Reges é gente boa,
Hoje eu posso falar,
Ali nada me faltava
Naquele grande hospital,
Foi o que aconteceu comigo
Naquele mundo de lá.

Muitos vão para aquela terra
É somente por influência,
Não pensam nas dificuldades
E nem tão pouco nas doenças
E nas confusões de terras
Que provocam desavenças.

As terras são muitos boas
Para tudo que se pensar,
Uns vão ricos e ficam pobres
E outros, pobres, para enricar.
Mas a riqueza é um encanto
Que vem e torna voltar.

Não falo do Maranhão
Porque lá eu não morei,
Eu só falo do Pará
Porque lá eu me encontrei,
Não está escrito no gibi
Aquilo que eu passei.

Quando eu recebi alta
Para sair do hospital,
Ia chegando um dos filhos
Que já estava muito mal.
A febre era tão grande
Que não podia falar.

Eu só dizia assim:
Meu Deus, o que vou fazer?
Aí, eu logo dizia:
Tudo há de acontecer,
Nosso Senhor Jesus Cristo
É quem vem nos socorrer.

Quando estava com quinze dias
Do acidente passado,
O médico falou comigo:
Você está recuperado,
Mas tenha muito cuidado
Com este osso deslocado.

Quando estava com noventa dias
Eu estava recuperado,
Comecei a trabalhar
Na derrubada de um roçado,
Levei outro contratempo
E fiquei inutilizado.

Voltei novamente ao médico,
Que já era bem conhecido,
Minha esposa falou com ele
E fez o mesmo pedido:
Doutor, por caridade,
Atenda o meu marido:

Ele disse para ela,
Este caso é complicado,
Ele não vai ter mais vida,
Pois o estomago está furado.
Eu disse: Quero operar,
Assim morro aliviado.

Então me levou para a banca
Para fazer a cirurgia,
Às cinco horas da tarde,
Já estava findando o dia,
Quando saí da banca
Eram duas do outro dia.

Com vinte horas eu escutei
Ima grande gargalhada,
Logo eu abri os olhos
E vi aquela rapaziada,
Três médicos e minha família
E toda aquela parentada.

O doutor me perguntou,
O que foi que você falou?
Torna a falar camarada.
Eu disse: Quebraram os meus braços,
E os meus olhos estão furados;
Ele disse: Nada disto,
Você está atrapalhado.

Logo eu fui melhorando,
Graças a meu Senhor Jesus Cristo
Tenho que vencer tudo
Que para mim possa vir
Pois Deus me dá o conforto
E com Ele, tudo eu resisto.

Quando foi no outro dia,
Ouvi minha esposa falar:
Doutor, faça o favor,
Eu quero lhe perguntar,
Quanto lhe pagarei
Pelas despesas do hospital?

Ele falou para ela,
Esta conta eu vou lhe dar,
Pois vocês são gente boa,
Não vou lhes explorar.
Só pagam um milhão e quinhentos,
Mas para ninguém vão falar.

Mas graças a Nosso Senhor,
Tudo isto se passou,
Foi uma grande tempestade
Que o vento veio e levou,
Mas a fé e a esperança
Nunca de mim se afastou

Ainda estou vivendo
Conforme Deus é servido,
Nunca me faltou o pão
Pelo amor do Pai Querido,
Que é forte e poderoso
E nuca sai do meu sentido.

Amigos, prestem atenção
Naquilo que estou dizendo,
Falo para vocês
No momento que estou escrevendo,
Peço que prestem atenção,
Para ficar bem entendido.

O que meus pais me diziam,
Hoje estou compreendendo,
O sofrimento dos outros
A gente não está vivendo,
Mas quem sabe a dor que sente
É aquele que está sofrendo.

Voltei de novo para trás,
Tudo se acabou:
Dinheiro, gado e terra,
Nada disto mais ficou,
Peço meus queridos netos,
Ouçam o conselho do vovô.

Hoje só resta em mim
Amor, paz e amizade.
Toda vida eu fui bem quieto
Em toda a sociedade.
Só o que resta em bens
É uma barraquinha na cidade.

Vou contar para vocês
Quem lá em casa tinha chegado,
Ele já é falecido,
O seu tempo foi marcado,
Chamava-se João Soares,
Meu grande amigo e cunhado.

Dele não posso esquecer
Nem um instante nem uma hora,
Trago sempre retratado
Dentro da minha memória,
Pedindo a Nosso Senhor
Que lhe dê o reino de glória.

Se eu ouvisse os conselhos
Que tantos amigos me davam,
Hoje eu estaria muito bem,
Nada para mim faltava,
Mas mesmo assim vou vivendo
Do jeito que eu gostava.

Vou terminar esta história
De uma forma verdadeira
Pois fala do meu sofrimento
E de minha companheira,
Escrevendo aqui o meu nome,
Que é: Jorge Jose de Oliveira.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Deputado Aélcio Costa

Missionária Ana Wollerman

Logo após o falecimento da Missionária Ana Wollerman, ocorrido dia 18 de fevereiro de 2008 nos Estados Unidos da América do Norte, a missionária Esther Ergas me deu a missão de escrever alguma coisa do coração sobre minha convivência com a referida missionária. Dona Ana, como nós a chamávamos, nasceu dia 13 de dezembro  de 1910. 

Tia Ester, como é conhecida entre os alunos do Seminário Ana Wollerman, disse que muita coisa já foi escrita sobre Dona Ana, mas ela queria que eu escrevesse algo que partisse do coração, e não de pesquisas em livros.

É isto que vou procurar fazer neste modesto artigo. Primeiramente, quero salientar que Esther Ergas é a pessoa que mais conviveu com Ana Wollerman, tanto no Brasil, como nos Estados Unidos. Foi sua companheira inseparável.

A primeira vez que ouvi falar de Ana Wollerman, surgiu em minha mente um pensamento, uma comparação, Ana Wollerman é para o Mato Grosso (naquele tempo ainda não tinha sido criado o Mato Grosso do Sul) o que Rosely Appleby foi para Minas Gerais, ou seja, uma avivalista, uma mulher de oração.

Foi isso que constatei a partir de 1973, quando assumi o pastorado da Igreja Evangélica Batista de Ponta Porã. Eu tinha lido muito sobre avivamento espiritual, pois fui discípulo de Enéas Tognini. Percebi que o que estava ocorrendo no sul do Mato Grosso, região de Dourados, era um verdadeiro avivamento espiritual. Pessoas se convertendo em grande quantidade, grandiosos encontros de jovens para louvor e oração, muitos jovens sendo vocacionados para o ministério, muita alegria, muito fervor espiritual, muito amor entre os irmãos. Era o ambiente que eu desejava para começar o meu ministério.

Logo tomei conhecimento de que tudo tinha começado quando alguns obreiros daquela região, liderados pela missionária, sentiram o desejo de clamar fervorosamente ao Senhor. Entre eles, estavam a missionária Esther Ergas, o pastor Washington Antenor de Souza, da PIB de Dourados, o evangelista Nelson Alves dos Santos e o diácono José Pereira Lins. Mais tarde, chegou também o pastor Williams Balaniuc para reforçar o grupo.

Foi em consequência desse avivamento que surgiu um Instituto de Férias, que em 1974 se transformou em Instituto Teológico Batista Ana Wollerman, e que hoje é uma Faculdade Teológica credenciada pelo MEC.

Durante o tempo em que estive em Ponta Porã, 1973 - 1987, servi ao Seminário como professor e como membro do Conselho Administrativo, ocupando algumas vezes a presidência. No início, os professores não recebiam salários, eram voluntários, mas não tinha salário maior do que o privilégio de conviver com aquele ser humano maravilhoso que era a querida missionária Ana Wollerman, e ouvir suas palavras de gratidão. Eu ficava emocionado quando ela dizia para mim:

- Como eu louvo a Deus pela vida do irmão!

Dona Ana sempre desejou que eu algum dia assumisse a direção do Seminário. Por sugestão dela, fui convidado duas vezes para assumir a direção do Seminário. A primeira, quando o pastor Williams Balaniuc deixou a direção. A segunda, quando o professor Ivan Araújo Brandão saiu. Mas entendi que não era o momento de assumir.

Mais tarde, em 1989, quando eu estava pastoreando a Igreja Batista do Bairro do Limão, em São Paulo, e ela já estava aposentada nos Estados Unidos, veio o terceiro convite. Aí, fui exortado pelo meu irmão Abel Pereira de Oliveira a aceitá-lo. Ele disse:

- Rapaz, quando Deus fala pela terceira vez o negócio não é brincadeira!

Deixei a Igreja Batista do Bairro do Limão e o curso de Pedagogia na USP, e fui assumir a reitoria do Seminário num período de crise, quando a torneira estava fechada, e os dólares não estavam vindo dos Estados Unidos. Mas graças a Deus a confiança foi restabelecida, a torneira se abriu, e, num período de três anos, construímos a capela e a biblioteca.

Dona Ana ajudou financeiramente muita gente. Eu mesmo fui ajudado por ela a participar da Campanha Evangelística promovida pela nossa Junta de Missões Mundiais em Portugal e na Espanha, em 1984. A ajuda dela foi fundamental para minha participação.

Louvado seja Deus por tudo!

Adriano Pereira de Oliveira.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Conversando com a boiada


O que mais me chama a atenção
É que o negócio está mudado
A conversa é com a criação
Não é mais com o dono do gado.

Quem antes recebia a grana
E alegre entregava a boiada
Achando que era bacana
Vender de porteira fechada

Agora está desiludido
Com o novo sistema adotado
Pelo comprador precavido
Que fala direto com o gado.

A culpa é da cibernética
Que fez uma revolução
Sustentando a nova ética
Que fala com o cidadão.

Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Minha peregrinação

Minha peregrinação
Muito cedo começou,
Mexe com meu coração
Quando lembro o que passou.

De minha querida Bahia
Cedo tive de partir
Sabendo pra onde ia
Sem chorar e sem sorrir.

Chegamos ao Contestado
Que era terra de ninguém,
De Minas era reclamado
E do Espírito Santo também.

Mas virou terra capixaba
Cultivada por baiano
E mineiro camarada,
Um ao outro apoiando.

Mas logo o tempo passou
E surge antigo desafio
Que o tempo despertou,
Com ele o menino sorriu.

São Paulo está esperando,
O meu coração falou
A hora está chegando
Pois o tempo já passou.

Foi assim que adolescente
Iniciei nova jornada
E num estalo, de repente
Deixei a terra capixaba.

E em São Paulo cheguei
Onde tive oportunidade,
Estudei e trabalhei
Não pensando em vaidade.

Queria ser advogado
Mas primeiro fui pastor
Conforme foi determinado
Por Deus Nosso Senhor.

Mas novo tempo chegou
E Deus me locomoveu
São Paulo pra trás ficou
E Mato Grosso apareceu.

Foi assim a minha vida
Depois dos trinta de idade
Exercendo minha lida
De cidade em cidade.

Hora estando em Mato Grosso
Hora na terra paulista
Mas sempre fazendo esforço
Juntando amigos na lista.



Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, São Paulo, Brasil.

Jesus lava os pés dos discípulos

domingo, 11 de fevereiro de 2018

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Minha sincera homenagem a você!

Enquanto realizava o culto doméstico junto com minha esposa Adriana dia 10 de fevereiro de 2018 ocorreu-me o desejo de escrever o que estou escrevendo neste momento.
Minha sincera homenagem a você que tem a capacidade de ficar em silêncio!
Você é um sábio!
Minha sincera homenagem a você que faz parte de um grupo nas redes sociais e fica em silêncio!
Você é um sábio!
Minha sincera homenagem a você que não sente a necessidade de concordar ou de discordar de ninguém!
Você é um sábio!
Provérbios 17.27,28
"Quem realmente detém o conhecimento é comedido no falar, e quem possui o entendimento demonstra alma tranquila. Até mesmo o tolo passará por sábio, se conservar sua boca fechada; e, se dominar a língua, parecerá até que tem grande inteligência."
Deus abençoe você e sua família!
Adriano Pereira de Oliveira.
Tapiraí, São Paulo, Brasil, 10 de fevereiro de 2018.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Eu sou batista

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são adventistas.
Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são assembleias de Deus.
Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são católicas e apostólicas.
Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são congregacionais.

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são congregações cristãs.

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são igrejas do evangelho quadrangular.

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são metodistas.

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são presbiterianas.

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são testemunhas de Jeová.

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são universais.

Eu sou batista porque acredito que as igrejas batistas são tudo isso e muito mais.

Tudo isso está tão claro que dispensa qualquer explicação.

Deus abençoe a todos!

Adriano Pereira de Oliveira.

Tapiraí, São Paulo, Brasil, 5 de fevereiro de 2018.