terça-feira, 16 de abril de 2019

Lágrimas históricas


2 comentários:

Adriano Pereira disse...

Lágrimas históricas

"Já no exílio no Uruguai a sra. não foi autorizada pelos militares brasileiros a participar dos enterros dos seus pais. Como se sentiu?

Perdi minha mãe, perdi meu pai, mas não me deixaram entrar no Brasil. Não pude nem me despedir. Fui até ameaçada de ser presa, caso entrasse no país. Para o meu coração, foi um momento muito difícil, quase não superei isso. Fiquei abalada. Eu não representava perigo para o Brasil. Foi tudo muito injusto e muito violento também.

Sua biografia narra suas prisões no exílio, quando ficou incomunicável em uma delegacia no interior do Uruguai e um policial pediu suborno para autorizar um telefonema, e, no Brasil, quando precisou ficar nua. Como foram esses momentos?

Foi muito humilhante. A gente estava viajando, me prenderam com a minha prima e com o esposo da minha prima. Viram meu passaporte e me levaram para o destacamento militar [em Rio Grande]. Passamos duas noites e só no terceiro dia que nos deixaram sair. Era uma humilhação, com gente armada me levando até o banheiro, gente armada na hora do café. Até hoje penso que aquilo não tinha sentido, não tinha necessidade. Me mandarem ficar do jeito que fiquei [nua], foi uma coisa impressionante. Meu marido nunca ficou sabendo. Fizemos um acordo de nunca contar. Ele já sofria tanto que não era necessário, disse à Folha."

(Parte da entrevista com Maria Tereza Goulart publicada pela Folha de São Paulo dia 14 de abril de 2019).

Adriano Pereira disse...

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/04/me-mandaram-ficar-nua-na-prisao-jango-nunca-soube-diz-viuva-de-presidente.shtml